Andava eu na rua, impaciente,
à procura de alguém para mim.
Encontrei. Olhou-me com sorriso
de quem procura por mim.
Quem sabe, quem sabe, aquele sorriso
quantos olhos carentes já não o viram?
Que importa, que importa, se o acaso
o colocou, num instante, diante de mim.
Não sou nada nesta vida. Apenas sou
um que deseja desta solidão o fim.
Por onde andei, para mim, ninguém,
com sensível prazer, me sorriu assim.
JN. Dantas de Sousa, Eurides.