Sobre a água revolta da ilusão,
deslizo o coração pra desvendar o dia.
Enfrento velhas correntes de opiniões,
descrente delas no meu barco fujo.
Para onde? Não me pergunte nada.
Basta-me a dor de ser fisgado
pela lua tão linda, tão danada,
nesta noite de panorâmica reflexão.
Na trilha do rio, vagueio sem fim,
à busca de ver algo entre sombras.
Não são peixes a se afastar de mim,
mas o meu eu a morrer nas margens.
JN, Dantas de Sousa, Eurides