Conversa em agência bancária (Dantas de Sousa) - crônica

- Você pensa que eu e um bocado de gente não estamos sabendo do seu caso? - referiu-se João Miguel logo que se encontrou com o bem sucedido Joinha do crediário, na porta da agência bancária.

- Não estou entendendo. Que é que você está sabendo, João Miguel?

- Joinha, meu amigo, se afaste enquanto é tempo.

- Se afaste de quê, João Miguel?

- Joinha, crie juízo. Você não é mais um adolescente não.

- Fale logo o que quer dizer, João. Meu negócio é na bucha. Estou com pressa.

- Pois vou falar, Joinha. Seu pai era meu amigo. Homem bom, marido exemplar. Sua mãe, mulher séria, trabalhadeira e de um marido só. Agora, eu lhe peço, como amigo e primo: não se meta com mulher casada. Quem trai um amigo, primo, precisa ter mais juízo. E um marido furioso, ciumento, não perdoa ninguém no dia da vingança. Escute o que estou lhe falando. 

- Mas, João, é só pra passar o tempo. Se passa logo.

- Olhe que olhe Joinha. Quem ama o perigo nele termina morrendo. E aquele que ama a sabedoria ama a vida. Na hora do aperto, se lembre do que avisei pra você.

De cabeça baixa, Joinha se afastou, sem ao menos se despedir do primo.

JN. Dantas de Sousa, Eurides.

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