No restaurante do bairro Lagoa Seca, em Juazeiro do
Norte, dois estudantes da área de saúde conversavam:
- Onde você foi ontem, cara? Eu não lhe vi
de jeito nenhum, meu. Eu pensava que tu tava no shopim,
assistindo o filme massa, que tá passando
lá, tá ligado?
- Já eu fui num barzinho com as
minina da faculdade. Lá é um canto massa, dá pra nós e a moçada tirar um
reláquis. Tu precisa ver como é massa lá.
- E aquela tua Gil, meu? Você tá ou num
tá mais ficando com ela? Já pulou fora? Bate pra mim só: inda dá uns rolé
nela, cara.
- Como você é meu peixe, tá ligado,
posso confiar. Ela é que eu estou mais tempo. Já fui afim dela, cara,
tá ligado? Eu queria era só mesmo pra ficar.
- Como eu queria ser como tu? Você sabe das
coisa.
Na mesa ao lado, sorri para minha mulher diante de
mim, apreciando o cardápio, ao gosto dela. E comentei a ela baixinho (respeito
o ignorante por ser ele grosseiro): - como se arraiga, no Brasil, vulgarismo no
falar e no escrever. Desrespeito a normas da Língua há na multidão dos que
correm atrás do nome de “doutor”.
JN. Dantas de Sousa, Eurides.