Após assistir, noite anterior, à reportagem de tevê
sobre degradação da natureza, Alex Júnior perguntou, em sala de aula, ao
professor de Matemática:
- Professor Jonas, o senhor acha que o mundo vai se
acabar de verdade? Quer dizer, a gente está num processo de se autoextinguir?
Pela pergunta fora do assunto da aula, o
professor não esperava, nem também os alunos. No entanto, o mestre deu uma
pausa no que explicava e, pedindo calma à turma, mostrou a todos seu ponto de
vista de uma maneira rápida:
- Só desejo que os próximos seres evoluídos sejam
pelo menos pouco mais inteligentes do que os desta civilização.
- Quer dizer, professor, insistiu Alex Júnior, que
o senhor acha que a natureza espera ação diferente de nós?
- Sim, Alex, a natureza está sofrendo, ninguém tem
dúvida. Mas sabemos que se irão de ir estes seres humanos. E se criarão outros.
Tenho esperança de que nós teremos humanos diferentes. Eu ainda acredito no ser
humano.
- Mas, professor, o senhor não está falando de maneira
muito vaga?
- Olha, Alex, todos querem e têm vontade de mudar,
não é? Por outro lado, existe outra visão de que o planeta não tem solução.
Mas, como eu acredito no ser humano, ainda temos a oportunidade de mudar as
coisas e, de preferência, não de maneira brusca, imprudente.
- O senhor acha, professor, que a Ecologia vai
resolver essas coisas?
- Infelizmente não. Repito, infelizmente não. Por
favor, não nos vamos, neste momento, aprofundar esta discussão, Alex. Taí uma
boa ideia para um momento de estudo em sala de aula, ou fora dela. Mas eu lhe
adianto: precisamos perceber que, para existir a natureza, tem de existir algo
maior que nós.
Enquanto o professor retornou o assunto anterior,
Alex Júnior ficou a imaginar o que algo, então, seria maior que nós.
JN. Dantas de Sousa, Eurides.