De chegar ao topo da leitura (Dantas de Sousa) - ideia

Se uns narram, escrevem, vendem; outros ouvem, leem, compram. Assim, milhares e milhares de narração e narrativas, produzidas e lidas, são intercâmbios comunicativos na vida comunitária. Contar ou produzir histórias, reais e fictícias, ou narrações e narrativas, por exemplo, todas elas simbolizam o prazer de expor fatos, ocorrências, acontecimentos, casos e causos, dramas, relatos de indivíduos, de enredos sociais. Atividade das mais antigas do ser humano. Como é salutar uma história criada, original e bem contada, narrada, preenchida da natureza lúdica, por ser recheada de personagens “fictus”, trazida para o mundo dos homens “sapiens”. Chega ela a substituir objetos de conflito pelos primorosos objetos de prazer individual.

Escrever - criar - contar - enredar... Constituir o enredo é como início de um jogo. O narrador e o narratário são as peças de xadrez de uma comunidade lúdica. Narrador conta para narratário, o seu ouvinte. Há tensão no ouvir e no ler. Suspense é prazeroso. História bem contada idem. Quer seja crônica, novela, conto, romance, apólogo, fábula, parábola, anedota, piada... Cada uma delas revela atividade artística, lúdica, narrativa, educativa, didática, catequética, filosófica.

Ouvir ou ler texto narrativo, ou narrativa, decodifica-se símbolos fonéticos e gráficos; disseca-se significado de palavras, expressões, frases, orações, parágrafos, capítulos; diferencia-se e penetra em extratos fonético, semântico, metafórico, metafísico. Em resumo: ouve-se, ler-se, a realidade do mundo da ficção para o mundo real e virtual. O escritor capta um fato, por exemplo, da sua realidade (individual, social, cultural) e leva-o ao mundo ficcional. Por conseguinte, aparece como narrativa, tempo após, com a mesma essência do fato do mundo real de antes.

Ouvir, ler - essa maneira de se interpretar a leitura de textos narrativos artístico-literários (do mundo real ao mundo da ficção e com retorno ao mundo real) produz-se a evolução cultural da Humanidade. A educação do ouvir, ler, estende-se ao contar, escrever, refletir, reescrever, filosofar, proclamar valores, mandamentos, leis, etiquetas, conceitos, mensagens, costumes, falares, modismos, linguagens. Paremos para pensar como a Narração e a Narrativa são fenômenos da e na vida comunitária. Uma história bem contada, para uns se identificam como legítima obra de arte, devido às quantas releituras e burilamentos. Mas para os inumeráveis leitores elas deverão se transformar num processo de leituras para se chegar ao triunfante topo da leitura: a leitura proficiente.


JN. Dantas de Sousa, Eurides

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