A
língua escrita é, sem dúvida, o melhor instrumento para quem deseja denunciar
as realidades do mundo. No entanto, para muitos indivíduos que se propõem a escrever,
grande parte deles limitam-se a comunicar aos leitores um conteúdo fruto de
suas vivências particulares. Destacam-se eles conteúdos individuais, em
detrimento aos conteúdos de caráter objetivo e universal. Refiro-me a isso, ao
deter-me em sentimentos, inseridos em textos, do escritor para o leitor,
exprimindo em demasia vocábulos de valores próprios, desprezando-se, assim, os
vários valores humanos e as realidades do mundo de forma analítica.
Uma
sabedoria deixada para as gerações, em conformidade com o ato de escrever,
consiste em que nenhum indivíduo deve procurar pensar para escrever. Mas para
todos os que desejam escrever deve-se guardar este conselho: escreve-se,
pensando. Até mesmo textos literários, produzimos estratégicas comunicativas
adequadas para reafirmarmos as realidades do mundo, mesmo numa linguagem
conotativa.
Para
quem deseja denunciar as realidades do mundo, admite-se a possuir a capacidade
de escrever bem, porém se necessita sobrepor-se à habilidade de bem pensar. De
escrever de forma adequada à situação da realidade em pauta e sempre pautada na
verdade. E que a verdade de entender o mundo seja explicitamente de modo
prudente, e sem se agarrar a rédeas tresloucadas de livre investigação de
verdades inconsequentes.
JN, 2022. Dantas de Sousa, Eurides