Deixemos (Dantas de Sousa) - poema


Deixemos a tarde se evadir no firmamento,
o sol, ainda pujante, no enfraquecer do dia,
ensanguentar o céu azul decadente.

Deixemos o prazer viver infantilmente,
a correr nos campos, à cata de flores,
para colocar no jarro dos amantes.

Mas o instante, a passar rapidamente
destrói o poeta a chorar seu crepúsculo,
por não saber expressar seu amor.

Deixemos. Esta incerteza vem rudemente
adiante das questões não esclarecidas.
Deixemos o amor entrelaçar nossas vidas.

JN. Dantas de Sousa, Eurides

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