Na luz fraca do quarto, o bolero segue.
Lá fora, um motorista me desassossega.
Sinto que a noite meu corpo balança
na invisível e sedutora dança do sono.
Não se escuta o falar do povo da rua
por causa da luxuriosa festa de gatos.
Esses gatos, quanta inveja me fazem,
pois recordações que em mim jazem
se sufocam por sofrimentos adultos.
JN. Dantas de Sousa, Eurides