Ainda que a alma cultural brasileira, ou de qualquer outro país, esteja sendo atingida pelo fenômeno da globalização, uma coisa é certa: não há quem faça os fatos folclóricos se acabarem, extinguirem-se. Ainda, por mais que se queiram distinguir, ou mesmo diferenciar, a cultura em popular ou em erudita, uma coisa é certa: os fatos folclóricos não apresentam limites, já que eles estão presentes nos mais variados aspectos e espaços da vida humana. E vamos mais além, é através dos múltiplos saberes folclóricos que se vê, de modo nítido, o liame entre o tradicional e o moderno, uma vez que sempre haverá passado a se refletir no presente, para se projetar no futuro.
Por ser o fato
folclórico de tão grande importância para o desenvolvimento cultural do ser
humano, é que ele se tornou o objeto básico de estudo do Folclore, que é uma
ciência considerada indispensável para o conhecimento social e psicológico de
um povo. Por sua vez, o fato folclórico, ao ser esse objeto de estudo,
caracteriza-se como a coluna básica dessa sempre moderna ciência, a qual se
apoia por pilares de sustentação, tais como a tradicionalidade, a
funcionalidade.
Podemos afirmar, com
exatidão, que a ciência do Folclore é de suma necessidade para o ser humano,
(sobretudo para os jovens), a fim de que se possa compreender as relações
sociais e culturais, como também para que se entenda o significado delas num
mundo em transformação constante. Assim, ao garantir a reprodução dos fatos
folclóricos pela comunidade, estabelece-se a promoção sociocultural do ser
humano e eleva a sua autoestima.
A ciência do Folclore
tem a família, a escola e, sem deixar de lado, a gestão pública, como
importantes colaboradores para se desenvolver um trabalho socioeducativo e
cultural do denominado patrimônio imaterial. Afinal, o Folclore é um campo de
estudo vasto e que convida a todos os componentes sociais para o trabalho de
pesquisa, de aprendizado, de divulgação, de promoção, de valorização.
Numa comunidade vocacionada para o turismo (como é o caso de Juazeiro do Norte, onde as expressões folclóricas são marcadas pela presença do sacro e do profano) exige-se o esforço para o desenvolvimento educativo do Folclore, a partir das unidades escolares, através de práticas pedagógicas diárias e efetivas. Em outras palavras, muito importante que se ocorra a motivação organizada da população, priorizadas na participação dos setores público e privado, para a idealização de eventos turísticos que exponham o universo de fatos folclóricos, durante o ano inteiro, os quais irão conferir visibilidade aos produtos culturais e aumentar a capacidade de atratividade turística.
JN. Dantas de Sousa, Eurides.