De súbito, meu eu se cala.
E até uma palavra ousada para,
para eu ouvir o que vagueia ao vento.
Não entendo o canto dolente
dum notívago, dentro do noturno escuro,
a inflar de superstição este solitário espaço.
Até o futuro, já presente no presente,
como semente a brotar duma rocha,
ignora a fragrância daquele vago lamento.
Quando meu eu não mais fala,
quando a palavra se cala,
navega-me a alma num mar de sofrimento.
JN. Dantas de Sousa, Eurides