Veio inesperado morar o instante,
um só instante dentro de mim.
Pelo teu olhar, pelo teu sorrir,
ah se teu corpo, por alguns instantes,
se deitasse nos braços do meu instante.
se deitasse nos braços do meu instante.
O teu espírito, cacheado de luz,
sereno me olhando, e eu a me refletir
em teu olhar doce o instante que sou.
Chego até a me esquecer, no instante,
do fugaz instante que, neste instante, sou.
Sem ti, meu raro instante, sem ti
meu perdido instante não viverá a noite,
noite noturna, lúbrica, de um outro instante.
Sem mim, ó meu amor inefável, sem mim,
não dormirá a tua lembrança um só instante.
JN. Dantas de Sousa, Eurides