Havia um velho pai que não cansava de dizer aos filhos: “Boca calada!
Um dos filhos guardou bem o conselho. E saiu pelo mundo. Uma vez, ele entrou numa casa, onde viu uma mulher enterrada no chão até a cintura. Ficou com muita vontade de falar, de perguntar aquele homem mau por que era estava agindo daquela maneira, com aquele castigo cruel. Mas, quando ia abrindo a boca, lembrou-se logo do conselho do seu pai.
O homem mau, então, começou a provocar o mocinho:
- Me pergunte, me pergunte, rapaz, por que é que a minha mulher está enterrada? Vamos, me pergunte?
Acontece que aquele homem cruel, que era muito mau, procurava matar a quem lhe perguntasse. E o rapaz não abriu a boca de maneira nenhuma. Por fim, o homem, não aguentando o silêncio do rapaz, deu-se por vencido.
O homem mau, de repente, se ajoelhou diante da sua mulher. E, arrependido, lhe pediu perdão mais perdões. E aí desenterrou-a, dizendo para ela que aquele menino era mesmo um justo que havia aparecido ali em sua casa para ensiná-lo a não ser desumano e cruel.