Havia dois homens, um rico e outro pobre, que gostavam de fazer peças um ao outro. Foi o compadre pobre à casa do rico pedir um pedaço de terra para fazer uma roça. O rico, para fazer peça ao outro, lhe deu a pior terra que tinha. Logo que o pobre teve o sim, foi para casa dizer à mulher, e foram ambos ver o terreno.
Chegando lá nas matas, o marido viu uma cumbuca de ouro, e, como era em terras do compadre rico, o pobre não a quis levar para casa, e foi dizer ao outro que em suas matas havia aquela riqueza. O rico ficou logo todo agitado, e não quis que o compadre trabalhasse mais nas suas terras.
Quando o pobre se retirou, o outro largou-se com a sua mulher para as matas a ver a grande riqueza.
Chegando lá, o que achou foi uma grande casa de marimbondos. Meteu-a numa mochila e tomou o caminho do mocambo do pobre. E, logo que o avistou, foi gritando: “Ó compadre, fecha as portas e deixa somente uma banda da janela aberta!”.
O compadre assim fez, e o rico, chegando perto da janela, atirou a casa de marimbondos dentro da casa do amigo e gritou: “Fecha a janela, compadre!”.
Mas os marimbondos bateram no chão, transformaram-se em moedas de ouro. E o pobre chamou a mulher e os filhos para as juntar.
O ricaço gritava então: “Ó compadre, abra a porta!”. Ao que o outro respondia: “Deixe-me, que os marimbondos estão me matando!”. E assim ficou o pobre rico, e o rico ridículo.