Literatura do Folclore: A dama branca do castelo - conto

Certa vez, uma linda princesa foi convidada por um senhor rico para se hospedar em seu lindo e magnífico castelo. E ela, prontamente, aceitou o convite. Ao chegar lá, a princesa adorava observar a paisagem, com os morros ao redor e, sobretudo, o lago onde ela ficava a meditar olhando para a água, sentada numa rocha em forma de cadeira esculpida.

Mas, numa noite de tempestades, os rios se encheram tanto que a água tomou de conta do lago, cobrindo a cadeira de pedra. Ao saber do que havia ocorrido, o dono do castelo, sentiu a tristeza da princesa. Muito gentilmente se aproximou dela e lhe disse:

- Eu estou vendo a senhora muito triste, minha princesa.

- Não, não estou, meu senhor. - respondeu-lhe a princesa se disfarçando.

O senhor do castelo mais uma vez insistiu:

- Princesa, se eu posso ler esses seus olhos tão azuis, que costumam fazer o céu ficar pálido…

- Não, não, cortou-lhe as palavras a princesa, é simples poeira nos olhos.

Vendo que a princesa não lhe queria dizer a verdade, ele resolveu informar-lhe:

- Princesa, eu vou mandar construir um muro para impedir a poeira dos seus olhos.

- Não, não faça nada disso, meu senhor. A verdade é outra. - disse a princesa, sabendo que o senhor faria qualquer coisa por ela.

- Pois então me diga, princesa. Eu só quero ver o seu belo sorriso.

E a princesa resolveu contar o que estava havendo para o senhor:

- Foi a chuva que cobriu meu banco. E eu não posso ouvir os pássaros nem o leve sopro do vento nesse local.

Assim, depois de ouvir a  razão da tristeza da bela princesa, o dono do castelo ordenou aos seus empregados o início do trabalho de regular o nível do lago, para que a princesa voltasse a contemplar o brilho de neve e o sorriso brilhante como o sol em seus olhos tão azuis.

E assim se fez. Então, durante muitas semanas, tudo ali pareceu radiante para o senhor e para a bela. E também para a natureza que resplandecia. Mesmo que algumas vezes um pouco de chuva fazia subir o rio, mas a barragem regulava o nível perfeitamente. E, quando as gotas se desapareciam, a bela voltava para o lindo lugar de felicidade.

Entretanto, a natureza se torna mais forte do que um amor platônico. Pois numa noite, aconteceu que a chuva caiu mais violenta do que nos outros dias. E o nível do rio cresceu duma maneira tal que as águas, que estavam  represadas, acabaram arrebentando a barragem do lago. A enchente, de tão forte, engoliu todo o vale. E, assim, se afogaram um bocado dos habitantes da cidade e daquele lindo e aprazível lugar de lindas paisagens. Até a princesa, que teimou em ver a gravidade das chuvas, quando se aproximou bem perto da correnteza, coitada, ela também foi tragada pela enxurrada devastadora.

Desde aquela triste data, no anoitecer, em conversas e vigílias, em voz baixa, os habitantes do vale contam que, nas noites de chuva, uma bela mulher, vestida de branco, vagueia ao redor do castelo, para evitar que os caminhantes sejam vítimas do perigo.

Texto literário de Dantas de Sousa - conto

Texto literário de Dantas de Sousa - crônica

Texto literário de Dantas de Sousa - poema

Literatura do Folclore: Conto

Literatura do Folclore: Ditado e Provérbio

Literatura do Folclore: Qual o cúmulo de...