Literatura do Folclore: A mãe d'água - conto

Foi uma vez uma princesa, que era filha de uma fada e do rei da Lua. A fada ordenou que a princesa fosse a rainha de todas as águas da terra e governasse todos os mares e rios. A Mãe d’água, assim se ficou chamada a princesa. Era muito bonita, e muitos príncipes se apaixonaram por ela. Mas foi o filho do Sol que veio a se casar com ela, depois de ter vencido todos os seus rivais em combate.

Quando se deu o casamento, houve muitas festas e danças e banquetes, que duraram sete dias e sete noites. As festas foram na casa do rei da Lua. Acabadas elas, os noivos partiram para a casa do Sol. Aí a princesa Mãe d’água disse a seu marido que desejava passar com ele todo o ano, exceto três meses, que havia de passar com sua mãe. O príncipe consentiu, porque fazia em tudo a vontade de sua mulher.

Todos os anos a Mãe d’água ia passar com sua mãe debaixo do mar num rico palácio de ouro e de brilhantes os três meses do contrato. No cabo de muito tempo, a nova rainha deu à luz um príncipe. Quando a princesa teve de ir de novo visitar a fada, sua mãe, quis levar o principezinho, mas o rei não consentiu: e tanto rogou e pediu, que a rainha partiu sozinha, recomendando ao marido que tivesse muito cuidado no filho.

Chegando ao palácio da fada, a princesa a não encontrou, porque ela estava mudada em flor. A moça desesperada começou a correr mundo, procurando sua mãe. Então ela perguntou aos peixes dos rios, às areias do mar, às conchas das praias por sua mãe, e ninguém lhes respondia. Tanto sofreu e se lastimou que, afinal, o rei das Fadas teve pena dela e perdoou à sua mãe, que se desencantou.

Ambas, mãe e filha, se largaram a toda pressa para a casa do rei filho do Sol. Mas tinha-se já passado tanto tempo que o rei, vendo que sua esposa não vinha mais, ficou muito desesperado. Correu, então, o boato que a rainha tinha se apaixonado por um príncipe estrangeiro e tinha por isso deixado de voltar. O rei, visto isso, se casou com outra princesa, que começou logo a maltratar muito o principezinho, botando-o na cozinha como um negro.

Quando a rainha ia chegando, a primeira pessoa que viu foi seu filho todo maltratado e sujo. E logo o conheceu e soube de tudo. Ela fugiu então com ele para o fundo das águas, e por sua ordem elas começaram a subir, até cobrirem o palácio, o rei, a rainha e todos os embusteiros da corte. Nunca mais ninguém a viu, porque quem a vê fica logo encantado e cai na água e se afoga. 

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