O jabuti chegou ao oco de uma árvore e pôs-se a tocar a sua gaita. O caipora ouviu e disse:
- Ninguém pode ser, senão o jabuti. Eu o vou agarrar.
Chegou à boca do oco do pau. O jabuti tocou na gaita:
“Li, ri, li, ri… / Lé, rê, lé, rê…”
O caipora chamou: - Ó jabuti.
O jabuti respondeu: - Oi.
- Vem, jabuti. Vamos ver quem tem mais forças.
O jabuti respondeu: - Vamos ver. Como tu quiseres.
O caipora foi ao mato, cortou um cipó, trouxe o cipó à beira do rio e disse ao jabuti:
- Experimentemos, jabuti. Tu na água, eu em terra.
O jabuti disse: - Pois bem, caipora.
O jabuti saltou na água com a corda e foi amarrar a corda na cauda de uma baleia.
O jabuti voltou para terra e escondeu-se debaixo do mato. O caipora puxou a corda. A baleia fez força, arrastou o caipora pelo pescoço até a água.
O caipora fez força para puxar o rabo da baleia para terra. A baleia fez força e puxou o caipora pelo pescoço até a água.
O jabuti, debaixo do mato, estava vendo tudo. E riu-se.
Quando o caipora estava cansado, disse:
- Basta, jabuti.
O jabuti riu-se, saltou à água, foi desatar a corda da cauda da baleia. O caipora puxou a corda com ele. O jabuti chegou à terra.
O caipora perguntou-lhe:
- Tu estás bem cansado, jabuti?
O jabuti respondeu: - Não. Não suei nada.
O caipora disse: - Agora, com certeza, jabuti, sei que tu és mais valente do que eu. Vou-me embora.