Morava em certo lugar uma velha que tinha uma bonita porção de bananeiras. Quando elas estavam carregadas de cachos maduros, a velha não podia subir para tirá-los. Então apareceu um macaco e se ofereceu para tirar as bananas. Trepou-se nas bananeiras e entrou a comer as bananas maduras e a atirar as verdes para a velha. Esta ficou desesperada e procurou muitos meios de se vingar do macaco, mas sempre ficava lograda. Afinal, lembrou-se de fazer um moleque grande de cera, fingindo um negrote. Depois de preparado o moleque, ela encheu um tabuleiro de bananas bem amarelinhas e botou na cabeça do moleque, fingindo que andava vendendo. Vem o macaco e pede uma banana ao moleque, e o moleque calado.
O macaco: “Moleque, me dá uma banana senão te arrumo um tapa!” E o moleque calado… O macaco desandou-lhe a mão e ficou com a mão grudada na cera.
O macaco: “Moleque, solta a minha mão, senão te dou outro tapa!” E o moleque calado… O macaco trepou-lhe a outra e ficou com ela grudada na cera.
O macaco: “Moleque! moleque! solta as minhas duas mãos e me dá uma banana, senão te arrumo um pontapé…” E o moleque calado… O macaco desandou-lhe um pé e ficou com ele grudado na cera.
O macaco: “Moleque dos diabos, solta minhas duas mãos e meu pé, e me dá uma banana, senão te arrumo o outro pé!…” E o moleque calado… O macaco arrumou-lhe o outro pé e ficou com ele preso.
O macaco: “Moleque safado, larga as minhas duas mãos e meus dois pés, e me dá uma banana, senão te dou uma embigada!” E o moleque calado… O macaco deu-lhe uma embigada e ficou com a barriga presa.
Aí chegou a velha, agarrou-o e matou e esfolou e picou e cozinhou e comeu. Depois, quando teve de ir ao mato, a velha deitou para fora aquela porção de macaquinhos, que saía, saltando e gritando: Ecô! Ecô! Eu vi o tubi fedorento da velha!