O macaco estava comendo uma banana num galho de pau, quando a fruta lhe escorregou da mão e caiu num oco de árvore. O macaco desceu e pediu que o pau lhe desse a banana:
- Ei, pau me dá a minha banana.
O pé de pau fez ouvido de mercador. O macaco foi ter com o ferreiro. E lhe pediu que viesse com o machado, a fim de cortar o pau.
- Seu ferreiro, me traga o machado para cortar o pau, que ficou com a banana lá dentro dele.
O ferreiro nem se importou com o animal. Então macaco procurou o soldado. E lhe pediu que prendesse o ferreiro que não quis cortar o pau. Mas o soldado não quis prendê-lo. O macaco não desistiu. Ele foi ao rei, para que a majestade mandasse o soldado prender o ferreiro, para que esse fosse ir, com o machado, cortar o pau, que tinha ficado com a banana.
O rei nem lhe prestou atenção. Aí, o macaco apelou para a rainha. A rainha também não o ouviu. O macaco correu para se valer do rato, para que ele roesse a roupa da rainha. O rato, de pronto, recusou. O macaco recorreu ao gato, para que ele comesse o rato. O rato, por sua vez, nem ligou para o pedido do macaco. O macaco insistiu ao cachorro para que ele mordesse o gato. O cachorro também recusou. O macaco, não desistindo, procurou a onça, para que ela comesse o cachorro. A onça não lhe mostrou nenhum interesse. O macaco se dirigiu ao caçador, para que matasse aquela onça perigosa. O caçador se negou de vez. Por fim, o macaco foi até a morte.
A morte ficou com pena do macaco. E ameaçou o caçador, que procurou a onça, que perseguiu o cachorro, que seguiu o gato, que correu o rato, que roeu a roupa da rainha. E, ainda, a morte deu ordem ao rei para ordenar ao soldado prender o ferreiro, que cortou, com o machado, o pau. E, assim, o macaco tirou a banana e comeu-a.