Literatura do Folclore: O preguiçoso - conto

Havia um homem muito preguiçoso que nada fazia. Um dia, veio um velho e pediu-lhe rancho em casa. O velho se cansou de lhe bater à porta e nada do homem se animar a levantar-se para abrir a porta. Afinal, desenganado, o velho pediu à dona da casa que lhe guardasse ali uma toalha que levava, mas que não a abrisse. O velho seguiu seu caminho.

A mulher guardou a toalha, mas teve a curiosidade e abriu-a. Apareceu logo uma grande mesa com tudo quanto era do bom e do melhor. Aí, a mulher se regalou. Depois, ela escondeu a toalha. E, quando o velho veio procurar a toalha, a mulher deu-lhe outra, em vez da sua.

Chegando o velho a sua casa, mandou a toalha se estender, mas a toalha ficou quieta. O velho calou-se.

No outro dia, foi à casa do preguiçoso e deixou lá ficar uma cabra, pedindo-lhe que a guardassem até a sua volta. E alertou que tivessem o cuidado de não lhe dizer: “Berra, cabra”. E o velho se retirou.

A mulher foi e disse:

- Ora, isso é mistério. Aqui temos novidade. Berra, cabra.

Entrou a cabra a berrar. E começou a cair muito dinheiro de ouro e prata da boca da cabra. Logo que a mulher viu isso, trocou a cabra por outra. E, quando o velho veio, saiu enganado.

Chegando à casa, mandou a cabra berrar. E nada, nada. Conheceu, então, que estava enganado e calou-se. Chegou por fim um trabalhador do velho e pediu ao amo o seu pagamento. Respondeu o velho:

- Meu filho, eu não tenho mais dinheiro. Mas lhe dou um cacete que aqui tenho e que há de te fazer feliz.

O rapaz recebeu o cacete e seguiu. Foi ter justamente na casa do preguiçoso. Pediu rancho e deu o cacete para guardar. A mulher trocou o cacete por outro. No dia seguinte, o moço disse:

- Me dê o meu cacete, que eu quero ir embora.

O cacete entrou a dar bordoadas de criar bicho no marido e na mulher. Puseram-se eles a gritar, e o rapaz ficou admirado de ver aquela virtude do cacete.

A mulher aflita gritou:

- Meu senhor, mande seu cacete parar, que eu lhe dou o que me deu o velho para guardar.

O moço disse-lhe:

- Para, cacete. E tudo para cá.

O cacete parou. E a mulher entregou ao rapaz a toalha e a cabra. O moço tudo recebeu e voltou para a casa do seu amo e lhe contou o que se tinha dado com ele na casa do preguiçoso. O velho então lhe disse:

- Esta toalha e esta cabra têm virtudes. Quando tiveres fome, estende esta toalha e te há de aparecer comida da melhor. E esta cabra, quando berra, bota dinheiro pela boca.

O rapaz ganhou o mundo com seus três presente.

Texto literário de Dantas de Sousa - conto

Texto literário de Dantas de Sousa - crônica

Texto literário de Dantas de Sousa - poema

Literatura do Folclore: Conto

Literatura do Folclore: Ditado e Provérbio

Literatura do Folclore: Qual o cúmulo de...