Certa vez, em sua oração antes de dormir, o pequeno Joãozinho pediu a Deus uma flor e uma borboleta. Ele as queria para dar de presente à mãe, que era apaixonada por jardins.
O pai do menino ouviu-o rezando e resolveu dar uma mãozinha a Deus. No dia seguinte, ele disse ao filho que Deus tinha atendido a sua prece e que o pedido tinha sido entregue nos fundos do quintal.
Joãozinho correu entusiasmado até o jardim. Mas ficou frustrado ao encontrar um cacto e uma lagarta. Triste, ele achou que o pedido tinha sido trocado, devido a algum engano dos anjos entregadores.
Para não deixar Joãozinho desanimado, o seu pai conversou com ele:
- Bem, filho. Deus deve ter tanta gente para atender. Mas vamos esperar, porque Ele sempre sabe a hora certa de atender os nossos pedidos.
Passados alguns dias, o pai lembrou a Joãozinho o assunto. Tendo a sua curiosidade despertada, o menininho foi verificar como estavam aqueles dois estranhos presentes, que tinham ficado esquecidos num canto do quintal. E qual não foi a sua surpresa ao ver que daquele cacto espinhoso e feio havia nascido a mais bela de todas as flores que ele já tinha visto na vida. E a lagarta, antes repugnante, agora estava transformada numa linda borboleta azul.
Mais tarde, depois de vários anos, num almoço em família, o pai de Joãozinho lhe contou que ele tinha sido o realizador daquele pedido. E, após ouvir aquilo, o adolescente João respondeu ao pai:
- Eu sabia, papai. Eu sabia. Eu tinha visto o senhor me ouvindo rezar e, então, eu tinha percebido que foi o senhor quem tinha comprado o cacto e a lagarta. Eu só não entendi, naquela época, o motivo daquilo. Só que, mais tarde, eu percebi o que o senhor queria que eu aprendesse.
O pai lhe explicou em seguida:
- Pois bem, meu filho, eu só queria que você aprendesse que é assim que Deus atende os nossos pedidos: que é de um jeito que nem sempre nós entendemos logo de cara. Mas que, por trás de coisas e de acontecimentos tantas vezes estranhos, Ele está nos dando exatamente aquilo de que precisamos.
Mas o João, para surpresa do pai, se adiantou:
- Sim, papai, essa foi só a primeira parte da lição.
O pai, ao se admirar da observação do filho, perguntou-lhe:
- E tem outra parte, Joãozinho?
- É claro, é claro que tem, papai. E é a parte mais importante: Deus não apenas atende os nossos pedidos de um jeito que nem sempre entendemos logo de cara. Mas também Ele atende os nossos pedidos sempre por intermédio de outras pessoas. E Deus precisa que as pessoas saibam e queiram prestar-se a ajudá-Lo, do jeito que o senhor fez. Obrigado, papai.