Num certo dia, um veado e um sapo queriam ambos se casar com uma moça. E, para eles dois chegarem a decidir a questão, pegaram uma aposta. Foi assim. Havia duas estradas. Então, o veado disse para o sapo que quem chegasse primeiro ao fim delas era aquele que se casaria com a moça. E tinha mais. Quando ele cantasse o sapo tinha de responder. Assim, ficou tudo combinado e cada qual seguiu por sua estrada.
O veado estava muito alegre, julgando ser ele quem iria ganhar a aposta. Mas o sapo, muito do sabido, reuniu todos os sapos, um atrás do outro, em toda a extensão do caminho. E ordenou que aquele que ouvisse o veado cantar e estivesse mais perto dele era quem deveria responder. Aí, ele foi se colocar lá no fim da estrada.
Os sapos todos ficaram em alerta. E, quando o veado cantava: “Laculê, laculê, laculê”, o sapo que estava mais perto respondia: “Gulugubango, bango lê”.
O veado corria, corria e tornava a cantar: “Laculê, laculê, laculê”.
O sapo que estava mais perto respondia: “Gulugubango, bango lê”.
O veado ficou desesperado. E se largava na carreira, dizendo: “Agora ele não ouve não”. E tornava a cantar a mesma coisa, e o sapo respondia.
Quando o veado chegou ao fim da estrada, encontrou o sapo. E, assim, foi o sapo quem se casou com a moça. Mas o veado, de tanto desesperado, resolveu descontar, dizendo para si mesmo: “Aquele sapo me paga”. Na noite do casamento, o veado encheu um poço, que tinha no quintal do sapo, de água fervendo. Quando foi de madrugada, que o sapo viu que a moça estava dormindo, saiu da cama devagarinho e correu para dentro do poço. Só que, quando o sapo foi caindo dentro do poço, não consegui dizer mais nem ai Jesus!… E morreu num instante. O veado, por sua vez, ficou muito alegre e terminou se casando com a mesma moça.