Literatura do Folclore: O veado e a onça - conto

O veado disse: “Eu estou passando muitos problemas. Por isso, eu vou procurar um lugar para eu fazer a minha casa”.

O veado foi lá para a banda do rio. Ele achou um lugar bom e disse: “Há de ser aqui”.

A onça disse também um dia: “Eu estou passando muitos vexames e quero, por causa disso, procurar um lugar para eu fazer a minha casa”.

A onça saiu e foi dar no mesmo lugar onde o veado já tinha escolhido. E ela disse: “Que lugar bom! Eu vou fazer é aqui a minha casa”.

No dia seguinte, veio o veado. Capinou e roçou o lugar. E, no outro dia, veio a onça e disse: “Tupã está me ajudando!”. E fincou as forquilhas e armou a casa.

No outro dia, veio o veado e disse: “Tupã está me ajudando!”. Cobriu a casa e fez dois abrigos: um para si e outro para Tupã.

No outro dia, a onça, achando a casa pronta, mudou-se para ela. E ocupou um abrigo e se pôs a dormir.

No outro dia, veio o veado e ocupou o outro abrigo.

No outro dia, eles dois se acordaram. E, quando se avistaram, disse a onça ao veado:

- Era você que estava me ajudando?

O veado respondeu:

- Era eu mesmo.

A onça disse:

- Pois bem, agora vamos morar juntos.

O veado disse:

- Vamos.

No outro dia, a onça disse:

- Eu vou caçar. Você limpe os tocos, bote água pronta, e ajeite a lenha, porque eu vou chegar com fome.

A onça foi caçar. Lá no mato, matou um veado muito grande. Trouxe-o para casa e disse a seu companheiro:

- Aqui está, amigo veado. Você apronte ele pra nós dois jantarmos.

O veado aprontou. Mas estando muito triste, não quis comê-lo. E, de noite, não dormiu nada, com medo de que a onça o estrangulasse.

No outro dia, o veado foi caçar. Lá no mato, encontrou-se com uma onça bem grande. E, depois, com um tamanduá.

O veado disse ao tamanduá:

- Aquela onça ali está falando mal de você.

O tamanduá foi ao encontro da onça. Terminou achando a onça arranhando um pau. Aí, bem de mansinho, chegou devagarinho por detrás da onça. E, de repente, lhe deu um abraço, que meteu as suas  unhas no corpo dela. E a onça, num instante, morreu.

O veado carregou a onça até a sua casa. E lá disse à sua companheira:

- Aqui está, amiga onça. Você apronte ela pra nós dois jantarmos.

A onça aprontou. Mas não jantou porque estava muito triste.

Quando chegou à noite, os dois não conseguiram dormir. A onça ficava o tempo todo espiando o veado, e o veado do outro lado esiando a onça.

À meia-noite, eles estavam com muito sono. Aí, a cabeça do veado esbarrou no jirau e fez tá!. A onça, pensando que era o veado que já a ia matar, deu um pulo bem rápido. E o veado, diante daquilo, também se assustou. E ambos fugiram, um correndo para um lado e o outro correndo para outro. 

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