Uma onça andava louca de raiva, atrás da raposa. Mas como ela sabia que a inimiga era muito esperta, resolveu apanhá-la pela astúcia. E começou a maquinar uma porção de planos. Aí, armou um laço no caminho por onde a raposa costumava passar. Limpou e varreu bem o caminho e ficou esperando pela raposa.
A raposa, que não era besta, agora só andava de noite, com medo de ser apanhada pela onça. Mas, quando foi numa noite, a raposa chegou àquele caminho e foi indo e indo. Só que, quando percebeu que o chão estava bem limpo, desconfiou de alguma coisa. Depois, avistou a onça escondida e lhe disse:
- Que beleza de caminho tão limpo, onça.
- Você gostou, foi? Pois vamos até a minha casa. Eu limpei o caminho por causa dos espinhos.
- Ah, disse-lhe a raposa. - Muito bom, vamos então. Agora eu lhe peço que vá indo na frente, porque eu não conheço bem o caminho.
E a onça, certa de que a raposa estava liquidada, foi andando na frente. Mas, quando passou no laço, este se derramou, prendendo-a. E aí a raposa deu um salto bem grande e fugiu duma tal maneira que bala nenhuma, nem ninguém do mundo, alcançava-a.