Contam que a raposa aprendeu bem a lição. Por isso, quando teve sede de novo e precisou ir outra vez beber água viu que a onça continuava lá de tocaia.
Voltou. E, chegando a um pé de sobreira, bateu a escorrer. Lambuzou-se, então, todinha, na resina da árvore. Depois, rolou por cima das folhas, até ficar bem coberta. E, disfarçada, desse modo foi para a água, para bebê-la.
A onça de tocaia lhe perguntou:
- Quem é você?
- Sou o Bicho-folha. - respondeu-lhe a raposa.
- Pois eu quero ver se é mesmo o Bicho-folha, disse-lhe a onça. - Eu só acredito se você entrar na água e depois bebê-la.
A raposa entrou na água e, como a resina da sobreira não se dissolveu, ela pôde entrar e sair, sem que as folhas se soltassem. Daí então, a raposa bebeu água à vontade. E, depois disso, até que as chuvas viessem de novo, a raposa fez sempre assim.