Literatura do Folclore: A raposa e a onça 4 - conto

O sol secou todos os rios e ficou só um poço com água. A onça então disse: “Agora sim. Pilho a raposa, porque vou fazer espera no poço da água”. A raposa, quando veio, olhou pra frente e avistou a onça. Não pôde beber água.

E foi-se embora, imaginando um plano para poder beber.

Vinha uma mulher pelo caminho com um pote de mel na cabeça. A raposa deitou-se no caminho e fingiu-se morta. A mulher arredou-a e passou.

A raposa correu pelo cerrado. Saiu adiante no caminho e fingiu-se morta. A mulher arredou-a e passou adiante.

A raposa correu pelo cerrado. Mais adiante, fingiu-se morta. A mulher chegou e disse:

- Se eu tivesse apanhado as outras, já eram três.

Arriou o pote de mel no chão, pôs a raposa dentro do cesto, deixou-o aí e voltou para trazer as outras raposas.

Então a raposa se lambuzou no mel, deitou-se por cima das folhas verdes, chegou ao poço e bebeu água.

Quando a raposa entrou na água e bebeu, as folhas se soltaram. A onça conheceu-a. Mas, quando quis saltar-lhe em cima, a raposa fugiu.

A raposa estava outra vez com muita sede. Bateu num pé de aroeira, lambuzou-se bem na sua resina, espojou-se entre as folhas secas e foi para o poço.

A onça perguntou:

- Quem és?

- Sou o bicho Folha-seca.

A onça disse:

- Entra na água, sai e depois bebe.

A raposa entrou. Não lhe caíram as folhas, porque a resina não se derreteu dentro d’água. Saiu e depois bebeu. E assim fez sempre até chegar o tempo da chuva.

Texto literário de Dantas de Sousa - conto

Texto literário de Dantas de Sousa - crônica

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