Literatura do Folclore: A raposa e a onça 5 - conto

A onça andava mesmo zangada com o seu insucesso junto à raposa. Precisava pegá-la de qualquer modo. Mas ela sabia que, à força, não adiantava nada. Tinha mesmo era que fazer só pela astúcia. Matutando assim, teve uma ideia: “Vou me fingir de morta e fico caída na cova. Os animais todos virão ver se estou morta mesma. Aí a raposa também virá e, então, será a sua última hora. Pego-a”.

E assim fez. Deixou-se ficar no chão, como se estivesse morta. Dali a pouco, a notícia correu depressa pela floresta como pólvora acesa. E todos os bichos logo souberam da grande novidade: a morte da onça.

Aos poucos, foram os bichos chegando e entrando na cova da onça, para ver se era mesmo verdade. E, quando eles saíam, comentavam com os outros:

- A onça já morreu. Graças sejam dadas a Deus, pois agora poderemos andar de um lado a outro sem receio de sermos mortos.

E assim, como todos os outros bichos, a raposa também foi fazer a sua visita à onça morta. Mas ela não era tola não. E não entrou de vez não. Lá da porta, a raposa perguntou aos que estavam lá dentro:

- Ela já soltou vento?

- Não. - responderam-lhe os de dentro.

- Ah, não sei não, comentou a raposa. - O defunto meu avô, quando morreu, soltou vento três vezes.

A onça ouviu o que a raposa disse para os outros animais. E ela, sem demora, soltou vento três vezes. Foi aí que a raposa deu uma estrondosa risada e disse bem alto:

- Onde é que se viu morto soltar vento?

Bem depressa, a raposa fugiu. E, até hoje, a onça não a pode pegá-la, porque a raposa é mesmo muito ladina.

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