Mortalha do ego (Dantas de Sousa) - poema

Quando 
o vermelho do poente
desce para o coração

quando 
as sombras da noite
infla-me a emoção

vem
a mim o apogeu da dor
com a mortalha do ego.

Quebra-se, assim, a porta
da tarde com a noite, na rua
de pessoas e de postes acesos.

E eu, com a mão do tempo,
esfrego-a nos rostos passageiros
minha inflamável mortalha de ego.

JN. Dantas de Sousa, Eurides

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