Muitos indivíduos pensam se vale a pena escrever. Chegam a dizer para si próprios: Quem me dera escrever para os outros me lerem. Com essa obsessão entranhada na mente, o que há de indivíduos que consideram o ato de escrever um aprendizado demorado, pouco eficiente, sobretudo pelo pessimismo de que redigir textos é muito lutar com palavras, ideias, como ainda uma inutilidade de se chegar aos objetivos pretendidos diante dos leitores. E eis aí o drama de quem escreve. Ora quer escrever bem, ora não consegue escrever de jeito nenhum. Ora senta-se numa cadeira, ora se levanta. E, para desafogar suas tristes e frustradas mágoas, sempre encontra cestos de papéis para esquecer o que escreve. Ou se as relê, desanimado abandona as suas páginas e, muitas vezes, para não as ler mais.
No entanto, apesar das
dificuldades, alguns acham que devem continuar a escrever. Alguns acham a
necessidade de se continuar a dar importância a teimosia de escrever. Sabe por
quê? Porque somente a reflexão faz com que o ser humano atribua a
necessidade de escrever em sua Língua, usando-se da língua escrita formal. Além de se conscientizar de que o seu Idioma se encontra
estreitamente relacionado com sua nacionalidade, de manter sua
identidade cultural e nacional. Vale
ressaltar que a língua escrita nos confirma como o mais importante veículo
propagador das obras da literatura universal.
Escreve-se para se produzir
conhecimento. Escreve-se para se produzir um pensar em formação, ou que se está
formando de acordo com o que se escreve. Escreve-se para tornar-se a língua a
responsável pela sua estruturação cultural. Escrever determinado a perpetuar ser a escrita quem consubstancia o pensamento escrito. E
não se há de negar que o desenvolvimento de uma cultura tem como raiz o domínio
da língua escrita.
Não é de hoje que todos os
escritores reclamam unânimes os sofríveis trâmites de dificuldades da tarefa de
escreverem. Desenvolvem-se etapas de aprendizado demorado, dispendioso,
pouco eficiente. Poucos chegam a redigir textos de forma adequada. Muitos se
desanimam, chegando a firmar que escrever é lutar inutilmente contra palavras,
ideias, coerências, coesões, correções... E se perguntam: Ainda vale a pena
aprender a escrever? E terminaremos aqui, com esta reflexão: A perseverança
de quem escreve não é que o texto seja bom ou ruim, porém o que o escritor lê
com esforço, o que escritor escreve lê e relê com dificuldade, além do prazer
de que, no infindável mundo da leitura, sempre há um leitor, um só, que lê e
acredita no autor do texto. A função de produção de conhecimento sempre começará
no primeiro leitor. Como diz o filósofo: o número um tem mais poder do que o
número mil.
JN. Dantas de Sousa, Eurides.