O vento corre sobre a cama,
cobrindo-me de beijos o corpo,
e a fluorescente me clareia
os olhos de desejo louco.
Diante de mim, o relógio me anima
a me embriagar de saudade.
Mas só restam frases de nostalgia
sobre a laje fria da minha idade.
Este renitente calor não me deixa escutar
o que está a falar diante de minha casa,
e o meu dedo, no botão do abajur,
impede-me escrever um poema noturno.
o que está a falar diante de minha casa,
e o meu dedo, no botão do abajur,
impede-me escrever um poema noturno.
JN. Dantas de Sousa, Eurides