Literatura do Folclore: Quadrinhas - D (18)


Da minha casa pra lá
todo mundo me quer bem
só a mãe do meu amor
não sei que raiva me tem.


Das lágrimas faço contas           
com que rezo às escuras.                 
Ó morte, que tanto tardas.                    
Ó vida, que tanto duras.


Dei-te um beijo primeiro,
para o segundo, eu parto.
Assim que dermos o terceiro,
iremos logo para o quarto.


Deixa ficar descontente            
contigo, lá quem quiser.             
Três coisas nunca se emprestam:                  
arma, cavalo e mulher.


De encarnado veste a rosa,
de verde o manjericão,
de branco veste a "sucena" (a açucena)
de luto o meu coração.
  

Dela, eu tenho as lembranças
que Deus mandou conservar.
Me deu também a esperança
de no céu a encontrar.


Depois disseste-me adeus
que não te quisesse mal
e as lágrimas dos olhos meus
sequei-as ao avental.


Desculpe meu amor
se a letra tiver errada
foi escrita à meia-noite
na lua da madrugada.


Desejo a você, mamãe,
que hoje festeja o seu dia,
muitos anos de existência,
saúde, paz e alegria.


Desfiz as tranças, cortei-as
já não sou rapariguinha
tu preferias-me como eu era
co'as tranças como eu as tinha.


Desfolhaste o malmequer,
a perguntar s'eu te queria.
Fizeste mal, oh mulher,
o malmequer não sabia.


Deus não criou infelizes.
Os infelizes se fazem.
Mas quem pode interromper
o destino que eles trazem?


Disse o Juca na polícia:
- Ladrão sabe o que quer.
Quem tem garra, tem malícia,
nunca rouba uma mulher.


Dizem que o pito alivia        
as mágoas do coração.            
Eu pito, pito e repito,        
e as mágoas nunca se vão.                   


Dois beijos tenho na boca,
que jamais esquecerei.
O primeiro que me deste,
o primeiro que te dei.


Dois novos e dois casados,
lado a lado, passeavam.
Parecia que os dois pares
um ao outro se invejavam.


Dois olhos, duas orelhas,
só a boca não tem par.
Quer dizer que é melhor
ver e ouvir antes de falar.


Duas vidas todos temos
muitas vezes sem saber:
a vida que nós vivemos
e a que sonhamos viver.

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