Literatura do Folclore: Quadrinhas - E (40)


É destino de quem vive
o ter mais de uma paixão.
Dá tantas voltas o mundo,
quanto mais o coração.


É, em si, o sol ficasse preto,
nunca mais que ninguém via.
Mas teus olhos têm mais força,
eles são pretos e alumia.


Embora o fogo se apague,
fica na cinza o calor.
Embora o amor se acabe,
no coração fica a dor.


É nossa alma uma criança
que nunca sabe o que faz.
Quer tudo o que não alcança;
quando alcança, não quer mais.


Escrevi seu belo nome
na palma da minha mão.
Passou um pássaro e disse:
“Escreva em seu coração”.


Escrevi teu lindo nome
na branca areia do mar
veio uma soberba onda
teu lindo nome quis apagar.


Escrevi teu lindo nome,
na palma da minha mão,
passou um passarinho e disse:
- Escreve em teu coração.


É sincero, meu amigo,
na alegria e na dor.
Quero ser como o papai,
um homem trabalhador.


Esse amor que, por magia,
fez-se eterno em seu instante,
vive agora de alegria,
de ser saudade constante.


Esta noite dormi fora,           
na porta do meu amor.                   
Deu vento na roseira,                    
Me cobriu todo de flor.       


Esta noite tive um sonho,
mas que sonho atrevido,
sonhei que era o babado
da barra do teu vestido.


Esta noite tive um sonho
sonho de muita alegria
era o meu casamento
com quem muito eu queria.


Esta noite tive um sonho,
um sonho muito atrevido.
Sonhei que tinha em meus braços
a forma do teu vestido.


Este mundo nasceu à toa,
deste oco ninguém sai.
Minha mãe morreu sem dentes,
de tanto morder meu pai.


Estudante, deixe os livros
e volte-se para mim.
Mais vale um dia de amores
que dez anos de latim.


Eu adoro os seus olhos
mas adoro mais os meus
se não fossem os meus olhos
não podia ver os seus.


Eu amante e tu amante,
qual de nós será mais firme?
Eu como o sol a buscar-te,
tu como a sombra a fugir-me?


Eu amava-te, ó menina,                          
inda não me arrependi. 
Seres pia de água benta         
onde todos põe a mão.            


Eu amo a quem não me quer
e desprezo a quem me ama.
Fujo de quem me procura,
quero bem a quem me engana.


Eu casei-me e cativei-me,
e não fora um só senão:
quanto mais vivo contigo,
menos posso estar sem ti.


Eu coloquei meu nome
no teu relógio, querida.
Faça agora o que quiser
das horas da minha vida.


Eu de cá, ocê de lá
no meio fica a lagoa
de dia não tenho tempo
de noite não tem canoa.


Eu escondi-me e de mansinho
fiquei a ouvir-te falara
aprendi num bocadinho
mais do que estava a contar.


Eu estava no meu cantinho
não bulia com ninguém.
Foi você mexer comigo
agora me queira bem.


Eu joguei meu barco n'água
carregado de fulô
não tem nada mais bonito
que o zóim do meu amor.


Eu plantei a cana verde
lá em baixo, na baixada
me chuparam a cana toda
só deixaram a bagaçada.


Eu plantei uma roseira
na porteira do currá
para dar ao meu amor
no dia que nóis casá.


Eu queria, ela queria.
Eu pedia, ela negava.
Eu chegava, ela fugia.
Eu fugia, ela chorava.


Eu quero bem à desgraça
que sempre me acompanhou.
Tenho ódio à aventura,
que bem cedo me deixou.


Eu quero bem, mas não digo          
a quem é que quero bem.           
Quero que saiba que eu quero,
mas que não saibam a quem!


Eu quisera ser rolinha
passarinho do sertão
para fazer o meu ninho
na palma da sua mão.


Eu sou cabra cantador
canto uma semana inteira
canto como gaturamo
na ponta da laranjeira.


Eu sou maior do que a terra,
maior do que o mar profundo.
Eu sou maior do que o céu,
maior do que todo mundo.


Eu sou maior do que Deus,
maior do que Deus eu sou.
Eu sou maior no pecado,
porque Deus nunca pecou.


Eu sou rico, tenho tudo.
Tudo, tudo, quanto quero.
Tenho o amor da minha mãe,
o que mais na vida eu quero?


Eu subi no céu um dia
numa linha de pescar
perguntar Nossa Senhora
se é pecado namorar.


Eu venho do dá e toma,
eu vou para o toma e dá.
Nunca vi dá cá sem toma
nem toma lá sem dá cá.


Eu vivo em busca da dita,
mas a dita não aparece.
Quando eu desço, a dita sobe.
Basta eu subir, que ela desce.


Eu vou dar a despedida
como deu o quero-quero.
Depois da festa acabada,
pernas pra que te quero.

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