Um
tipo de texto bastante estudado em sala de aula é o dissertativo. De
antemão, é um texto que requer reflexão,
análise, interpretação de fatos ou dados
de uma realidade. Fundamenta-se ele na existência da ideia, da opinião, da postura crítica.
Se o texto narrativo apresenta algum
fato, ou história, o texto dissertativo diz algo a respeito de ideias ou conceitos.
Isso quer dizer que, no texto dissertativo, predominam os termos abstratos, do
mundo dos conceitos. Além do mais, esse texto se apresenta de duas maneiras, a
saber:
a) expositivo -
procura expor ideias, fazer o leitor-ouvinte tomar conhecimento de informações
e no qual há uma intenção de esclarecimento;
b) argumentativo - procura
convencer o interlocutor sobre a validade das ideias e no qual há uma intenção
de convencimento.
Vale
salientar que qualquer texto dissertativo, em sua essência, tem o propósito de esclarecer e convencer o leitor-ouvinte da validade das interpretações
propostas, sobretudo os editoriais e os artigos jornalísticos.
O
texto dissertativo se organiza em torno de uma ideia central (ou tese),
enquanto outras ideias (ou os argumentos que dão sustentação à tese)
servem de apoio. Ainda nesse mesmo texto, o enunciador manifesta
explicitamente sua opinião, ou seu julgamento, usando-se de conceitos
abstratos.
O necessário
inicial para se produzir um texto dissertativo se baseia no conhecimento do assunto para ser
discutido. Mas também a quantidade de informações sobre o tema é quem
determinará a priori a
qualidade do texto dissertativo.
Já
que se trata de um texto propício
à reflexão, o elemento importante no texto dissertativo é a linguagem denotativa, aplicada a uma linha de
raciocínio o mais claro possível. Também nele se exige a procura da palavra
adequada, o emprego das frases bem encadeadas, sem floreios e com a contenção
de imagens.
2. Para se escrever com elegância textos dissertativos
Embora
se diga que escrever nunca foi e nunca vai ser a mesma coisa que falar, é
natural que, para quem deseja melhorar o desempenho de um texto escrito, é
preciso orientações. Para isso, deverá se basear em textos que
apresentem criatividade, coerência (a unidade do texto), coesão (a interligação entre os segmentos do
texto), concisão (o afastamento do que
é desnecessário), clareza (o
vocabulário preciso, o uso de complementos e adjuntos), correção (as formas gramaticais de acordo com a
linguagem lusofônica formal).
É
evidente que o texto se tornará criativo quando se observa nele
a originalidade e o não uso de ocorrências problemáticas, tais
como: fórmulas prontas, uso de lugares-comuns, abusos e repetições,
vocabulário inadequado, associação de ideias incompletas, emprego de noções de
totalidade indeterminada, repetição sonora desagradável, expressões
hiperbólicas, frases fragmentadas, inobservâncias de delimitação da frase, palavras
de significado amplo, além de outros defeitos de linguagem – os quais
são consequências da falta de um estudo prévio ou de exercícios de releituras.
Repetindo:
para que o texto leve o receptor a uma compreensão imediata, exige-se que haja
a coerência, isto é, a unidade do texto. E que, no conjunto do texto,
não exista nada ilógico, desarmônico ou desconexo.
Mas
só se poderá chegar a essa unidade, se houver no mesmo texto:
a) coesão (a conexão, ou a interligação entre os vários
segmentos do texto);
b) concisão (o afastamento de tudo o que for
desnecessário, tornando-o sucinto);
c) clareza (o vocabulário preciso, os adjuntos e complementos
nominais e verbais);
d) correção das formas
gramaticais.