A tarde de domingo da janela:
rua vazia, horário de sesta.
Brisa e calma passeiam por ela,
a ironizar um insone que resta.
Em cima do oitizeiro verdejante,
dialogam o bem-te-vi e o sofreu.
Decodifico cenas dum instante
que importunou meu imberbe eu.
O carro passa, e não leva a tarde.
O sol, sobre as casas, não arde.
A sombra, pela rua, chega mansa
E me convida a meditar na vida
e me liberta da juvenil ferida
e me acalenta e me balança.
JN. Dantas de Sousa, Eurides